Já não sei onde li a expressão "A vida resolve-se..." mas continua-me a fazer sentido, continuo a pensar nela nos momentos em que não vejo saída. Às vezes não vale a pena explorar e ansiar pelas saídas de uma encruzilhada, porque a vida resolve-se...
Lembro-me de uma música brasileira, que começa assim "Tem dias que fico pensando na vida, e sinceramente, não vejo saída...." Há dias assim, .. mas a música termina a dizer "Sei lá, a vida tem sempre razão..." Ou seja, gostemos mais ou menos, concordemos ou não, há sempre saídas. E não só. Voltam novas fases, novos desafios, novos confrontos, mas também novas felicidades, novas experiências. É isso que é a vida. Uma constante novidade!
O problema é esse, a novidade permanente e como lidar com as expectativas e exigências, sejam, novas, sejam frustradas, sejam quais forem. Mas a vida sem novidade dá tédio. Todos precisamos de adrenalina. De diferentes sensações, de oscilação. Precisamos tanto disso como de estabilidade. E aqui encontro a contradição. E volto sempre a esta contradição. Ou melhor, a esta dúvida: estabilidade tem necessariamente que ser entediante? Não... não tem. Posso é ainda não ter as ideias muito claras.
Há ideias claras na minha cabeça, e outras muito turvas.
E no meio de tudo isto, há sempre o meu sofá, a minha zona de conforto. De onde me obrigo a sair tantas vezes para ir enfrentar esse fervilhar da vida lá fora e que tantas emoções contraditórias me faz sentir. Mas que depois de as sentir, sejam boas ou más, eu gosto... só custa arrancar às vezes...
E por isso ... a vida resolve-se ... e eu preciso de um abraço... Não é preciso complicar.
