all i cant have

Dizem que é sempre de seguida...

A máquina fotográfica digital avariou, logo depois avariou a caldeira a gás, depois a televisão, seguiram-se dois radiadores. A semana passada foi a máquina da louça, hoje foi uma persiana eléctrica. A minha conta bancária parece-me ter sido avariada com tanta avaria. Hoje avariou... ... a minha cabeça!! Contudo, o sol brilha, os dias estão maiores e eu fico feliz:) (em jeito de poesia declamada)

afterglow

É sempre comovente o pôr do Sol por indigente ou berrante que seja, mas ainda bem mais comovedor é o brilho desesperado e derradeiro que enferruja a planície quando o último sol ficou submerso. Dói-nos reter essa luz intensa e clara, essa alucinação que impõe ao espaço o medo unânime da sombra e que pára de súbito quando notamos como é falsa, quando acabam os sonhos, quando sabemos que sonhamos. Jorge Luis Borges

Dar

Eu não sou boa com palavras. Eu sou comunicativa. Mas eu não sou boa com palavras quando quero comunicar sentimentos. Emoções, não as transmito por palavras. Por muito que às vezes me apeteça, ou gostasse. Eu quando gosto e amo, dedico-me. Cuido. Estou presente. Apaparico. A minha prima faz hoje 30 anos. E eu adoro-a. É aquele amor especial. De irmã muito amiga, que às vezes nem sei explicar. Eu gosto de tomar conta dela. De a cuidar. Eu tenho sempre vontade de cuidar dela. Apesar de ser adulta. E como eu gosto tanto dela, dediquei-lhe o meu dia. E como somos doces e melosas ... nada melhor que lhe fazer todos os doces para o dia de anos dela. Então, no início da semana comprei na Casa Januário, barquinhos de bolacha, folhas de hóstia, para fazer os doces de ovos. Fui lá, cheia de prazer, com imensa vontade, porque quero fazer coisas boas e que ela goste. Pensei e procurei todos os dias, receitas para o bolo de anos, que fiz questão de ser eu a fazer. E, claro, fui à Flagrante Delícia inspirar-me. Encontrei a receita perfeita, que me parece ter calhado muito bem. Mas não chegava. O bolo tinha que ser especial. Na minha incursão à Casa Januário, comprei corantes alimentares de todas as cores. Fiz um glacé de açúcar, grosso, e dediquei-me à decoração do bolo. 30 com números grandes, cor de rosa! Pintas e sarapintas em várias cores. Está lindo. Eu estou contente, muito contente com o resultado. Mas não chegava, precisava de lhe dar outro mimo, e fiz estes bolinhos de Clementina. Iguais aos da Leonor, da Flagrante Delícia. Tudo porque a minha prima merece. E eu dou, à minha maneira. (Adorava por aqui as fotos, mas não sei do cabo que liga ao computador. Ah...e ainda bem que ela não lê o blog, eu ia ter vergonha!)

Rui

Parabéns :)

És um bébé.

Enquanto não chegas ao Porto, tenho que te dar os parabéns por estes meios de comunicação!!

Week-end, sun, love

Está sol, está calor. Está uma luz que os meus olhos ainda estranham e se fecham. Eu fico feliz com o sol. Vesti roupa de verão. Colorida e fresca demais para um dia de sol em Fevereiro. Mas não consigo resistir. Nunca. Todos os anos. Sábado, o conhecido dia de S.Valentim, ao qual eu nunca liguei, foi um dia cheio de amor. Passei o dia com o amor da minha vida. Passeamos de bicicleta, ele de skate (muito radical), almoçamos ao ar livre, de frente para o mar. De tarde passeamos mais, de bicicleta, a pé, conversamos e rimos, com muita, muita brincadeira à mistura. Sentamo-nos na praia, tínhamos saudades da areia. Fui levá-lo a casa antes de jantar. Expliquei que ia jantar fora com umas amigas e que me ia divertir à noite. Ele despede-se de mim sempre com os abraços-mais-fortes-do-mundo. Ontem segredou-me ao ouvido: "querideza, querideza, és a minha princesa". E este é o amor mais puro que eu conheço, o afilhado-melhor-do-mundo, que tem 10 anos, que me enche o meu coraçãozinho enrugado. Hoje vou velejar. Está sol, vou para o mar, durante 5 horas. Já não velejo com sol há muitos meses. A ressaca da Vela vai acabar. E com tantas coisas simples, hoje estou feliz. O sol brilha mesmo.

World Press Photo

Ressaca

About...

Adoro esta ideia de ter um blog. Não é um blog qualquer, é um blog com o Rui. Acho que desde os 21 anos, carrego comigo caderninhos e folhas (adoro que sejam cadernos bonitos, de lojas de design, ou com bonequinhos e flores – tenho um lado fútil que adoro), onde escrevo pensamentos meus, sejam bons ou maus (os maus têm sempre prioridade, não é?), ou frases que ouço, ou divagações minhas, essas, muito estúpidas quase sempre. De pasmar é, que até poemas eu tento escrever (convém dizer em relação aos poemas, que quando os releio passado muito tempo, julgo que os escrevi quando andava na primeira classe). Tenho blocos guardados, em branco, porque são tão, tão, tão giros que não os quero gastar. São mais de 10. Enfim. Mas voltando à ideia de ter o blog. Tantas vezes escrevia e pensava, que apesar de serem escritos pessoais, ficavam fechados, guardados e nunca partilhados. E não faz absolutamente sentido nenhum na minha cabeça, pegar nos cadernos e dizer às pessoas mais próximas –“olha, lê lá isto.” Ia parecer um bocadinho descabido, a despropósito. Então, à noite, quase sempre antes de dormir, quando pegava no bloco e apetecia-me despejar as palavras desorganizadas que navegavam (e navegam) na minha cabeça, rapidamente pousava e desistia, porque eu também queria partilhar. Agora voltou a apetecer-me despejar essas palavras nesta página, que também é bonita, tem o dedo do Rui no design, dá gosto escrever, de ler. É partilhada, com o Rui, e não sei com quem mais, mas com quem quiser vir ler. Escrever voltou a fazer sentido. Voltou a apetecer. Escrever é organizador. Não sei se vai fazer sempre sentido escrever para partilhar, mas importa o agora, e agora faz.

o passar o tempo

... tudo corria normalmente, até aquele dia , em que fui almoçar a serralves. sempre gostei de lá ir, perto de casa simpatico moderno, foi la tambem que vivi uma das maiores e relações mais marcantes da minha vida. nesse almoço com um amigo na mesa da janela estava, o namorado ou ex namorado ja la vão 7 anos, dessa relação. veio-me a angustia de ter terminado essa relação, na altura fez sentido , mas por pouco tempo o arrependimento veio e forte. mas já não havia como voltar pois a outra ja tinha partido para outra relação com o gajo que almoçava lá. deu-me saudades de tudo, pesadelos e angustia, como que fosse ontem, como que eu fosse infeliz estes anos todos, e sei que não o fui. mas penso sempre se seria possivel, voltar emsmo passado estes anos todos quase sem nos vermos. eramos diferentes e estamos diferentes. porque haveria de voltar a afzer sentido, se naquela altura deicou de o fazer tão nitidamente... questiono-me muito sobre isso. costumo dizer que se na altura as coisas fazem sentido para nós, não temos outra hipotese senão as seguir, claro que nãos abemos o futuro. mas as vezes ficamos parados no tempo.

E porque há dias em que o sol brilha…

…também os há negros. E, nesses dias, vale-nos a experiência. Melhor do que qualquer lugar-comum que nos possam dizer. É, sem dúvida a idade. Quando é que há 15 anos atrás, eu julgava que no dia seguinte o sol ia brilhar outra vez na minha vida? Quando o mundo ruía, ruía o futuro, não havia mais visão de nada. É a intensidade da adolescência. Que é tão bonita como conturbada! Mas… não é a adolescência que me ocupa agora. É a nuvem escura e pesada. E porque nestas alturas, o discernimento falha-me, permito-me ter pensamentos desequilibrados. Porque é que eu quero e acredito, que ainda me vão tratar com tanta delicadeza, como se de o cristal mais puro se tratasse? E que não vão deixar que se risque o cristal. Nem que fique esbotenado, rachado ou mesmo em cacos. Vale-me a experiência, de saber que hoje me sinto cacos de cristal sensível, mas amanhã poderá ser um dia brilhante, luminoso, e então eu consiga pensar que não me partiram, nem que não preciso que me tratem como cristal. E que me valho a mim mesma…

cup cake

PHOTO grafia 1

LOVE

Existe amor mais puro, do que aquele que recebemos de uma criança? Depois de uma explicação de inglês, tardia, com início às 9 da noite; Depois de me irritar com as distrações, mandar um berro; Cansar-me dos erros-cabeça-no-ar. Depois de acabarmos tudo, e ele ter feito um exercício todo certo. Abraça-me, dá-me 6 beijinhos e diz que tenho a pele mais macia que conhece. Segreda-me ao ouvido "és a melhor madrinha do mundo". E é assim o meu afilhado mais velho, Um MEL. Só nos pede para não o chamarmos de "melzinho" na frente dos amigos.

Porque há imagens...

imagens retiradas de Flagrante Delícia

...que valem mais do que paladares...

E em tempos de restrições ... consola-se a barriga AQUI.

E não cria desejos, porque tudo é bonito, porque tudo tem poesia.

Tem magia.

Só falta conseguir reproduzir tal, na minha cozinha.