quinta-feira, abril 30

O sabor das coisas!

“Terei no corpo todos os sabores, e deverei proporcionar aos desconhecidos a estranheza da sedução, mas nunca por uma tentação me mostrarei o suficiente para que descubram quem sou. Passarei longe correndo e marcando a paisagem com cores difíceis de repetir. Sempre que parar pousarei as mãos na cara e não serei diferente dos outros. Então descansarei um pouco”

As Maias

Para manter a tradição...e o diabo não entrar aqui!!

Fim de semana tem sabor de chocolate

terça-feira, abril 28

o meu primeiro tacho

domingo, abril 26

sonhar...

Eu adoro os momentos em que fecho os olhos, e me permito ser uma adolescente. Pensar que ainda existe um mundo cor de rosa no futuro, como numa história de princesas, com histórias de amor em que "foram felizes para sempre" e "cavalos brancos" e "castelos encantados"e... Adoro pensar que pairam no ar flores e corações, ainda que só pense nessa realidade por breves minutos.
Eu adoro permitir-me sonhar, ainda que saiba que não existe o que sonho. Ainda que saiba que as borboletas que esvoaçam hoje, morrem amanhã. É por isso que o meu sonho pode existir, porque não vive no delírio. Porque a vida já me ensinou e eu aprendi. E só assim não caio e não deprimo, quando abro os olhos.
E quando a vida nos ensina que é feita (também) de lutas e desafios, batalhas e tristezas, e quando aprendemos bem a lição, nunca mais voamos sem rede, nunca mais sonhamos sem um fio que nos prenda à realidade, nunca mais vemos o horizonte sem limites. Um dia...não sei se isto muda!!

sábado, abril 25

Tempo

Tenho trabalho acumulado que agora urge "des-acumular". Eu tenho trabalho futuro que necessita de uma forte e intensa preparação. Sonhei com o cigano que me leu o futuro. Enganei-me na expressão... Não é ciência oculta. É malabarismo oculto. Adorei. Eu tenho tanto que fazer em poucos dias, que só por isso vou jantar fora. Porque preciso de ir a um sítio bonito, companhia calma. Conversas amenas. Vinho tinto e queijos. Amanhã estarei preparada para um domingo de trabalho intenso. Porque há que aproveitar o tempo.

sexta-feira, abril 24

Telegrama

Ontem leram-me o futuro. Adorei o que leram. Só gostava de acreditar nas ciências ocultas. Foi engraçado.

quarta-feira, abril 22

melhor amigo

segunda-feira, abril 20

Tenho esperança? Não tenho.

Tenho esperança? Não tenho. Tenho vontade de a ter? Não sei. Ignoro a que venho, Quero dormir e esquecer. Se houvesse um bálsamo da alma, Que a fizesse sossegar, Cair numa qualquer calma Em que, sem sequer pensar, Pudesse ser toda a vida, Pensar todo o pensamento - Então [...] Fernando Pessoa, 11-12-1933.

sexta-feira, abril 17

Como esquecer

Como se esquece alguém que se ama ? Como se esquece alguém que nos faz falta e nos custa mais lembrar que viver ? Quando alguém se vai embora de repente como é que se faz para ficar ? Quando alguém morre, quando alguém se separa – como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já não está lá ? As pessoas têm de morrer, os amores de acabar. As pessoas têm de partir, os sítios têm de ficar longe uns dos outros, os tempos têm de mudar. Sim, mas como se faz? Como se esquece? Devagar. É preciso esquecer devagar. Se uma pessoa tenta esquecer de repente, a outra pode ficar-lhe para sempre. Podem pôr-se processos e acções de despejo a quem se tem no coração, fazer os maiores escarcéus, entrar nas maiores peixeiradas, mas não se podem despejar de repente. Elas não saem de lá. Estúpidas ! È preciso aguentar. Já ninguém está para isso, mas é preciso aguentar. A primeira parte de qualquer cura é aceitar-se que se está doente. È preciso paciência. O pior é que vivemos tempos imediatos em que já ninguém aguenta nada. Ninguém aguenta a dor de cabeça ou coração. Ninguém aguenta estar triste. Ninguém aguenta estar sozinho. Tomam-se conselhos e comprimidos. Procuram-se escapes e alternativas. Mas a tristeza só há-de passar entristecendo-se. Não se pode esquecer alguém antes de terminar de lembra-lo. Quem procura evitar o luto prolonga-o no tempo e desonra-o na alma. A saudade é uma dor que pode passar depois de devidamente doida, honrada. È uma dor que preciso, primeiro, aceitar. É preciso aceitar esta magoa, esta moinha, que nos despedaça o coração e nos mói mesmo e nos dá cabo do juiz. È preciso aceitar o amor e a morte, a separação e a tristeza, a falta de lógica, a falta de justiça, a falta de solução. Quantos problemas do mundo seriam menos pesados, se tivessem apenas o peso que têm em si: isto é, se nos livrássemos da carga que lhes damos, aceitando que não têm solução. Não adianta fugir com o rabo á seringa. Muitas vezes nem há seringa. Nem injecção. Nem remédio. Nem conhecimento certo da doença que se padece. Muitas vezes só existe a agulha. Dizem-nos para esquecer, para ocupar a cabeça, para trabalhar mais, para distrairmos a vista, para nos divertirmos mais, mas quanto mais conseguimos fugir, mais temos mais tarde de enfrentar. Fica tudo à nossa espera. Acumula-se-nos tudo na alma, fica tudo desarrumado. O esquecimento não tem arte. Os momentos de esquecimento, conseguidos com grande custo, com comprimidos e amigos e livros e copos, pagam-se depois em condoídas lembranças a dobrar. Para esquecer é preciso deixar correr o coração, de lembrança em lembrança, na esperança de ele se cansar. Porque é que é sempre que nos momentos em que estamos mais cansados ou mais felizes que sentimos mais a falta das pessoas de quem amamos ? O cansaço faz-nos precisar delas. Quando estamos assim, mais ninguém consegue tomar conta de nós. O cansaço é uma coisa que só o amor compreende. A minha mãe. O meu amor. A Felicidade. A felicidade faz-nos sentir culpa de não a podermos partilhar. È por estarmos de uma forma ou de outra sozinhos que a saudade é maior. Mas o mais difícil de aceitar é que há lembranças e amores que necessitam do afastamento para poderem continuar. Afonso Lopes Vieira dizia que Portugal estava tão mal que era preciso exilar-se para poder continuar a amar a Pátria dele. Deixar de -la para ter vontade de a ver. às vezes a presença do objecto amado provoca interrupção do amor. È a complicação, o curto-circuito, o entaralamento, a contradição que está ali presente, ali, na cara do coração, impedindo-o de continuar. As pessoas nunca deveriam morrer, nem deixar de se amar, separar-se, nem esquecer-se, mas morrem e deixam-se e separam-se e esquecem-se. Custa aceitar que os mais velhos, que nos deram a vida, tenham de dar a vida para poderem continuar vivos dentro de nós. Mas é preciso aceitar. È preciso sofrer, dar urros, murros na mesa, não perceber. E aceitar. Se as pessoas amadas fossem imortais perderíamos o coração. Perderíamos a religiosidade, a paciência, a humanidade até. Há uma presença interior, uma continuação em nós de quem desapareceu, que se ressente do confronto com a presença exterior. (...) Uma saudade cuida-se. Nos casos mais tristes separa-se da pessoa que a causou. Continuar com ela, ou apenas vê-la pode desfazer e destruir a beleza do sentimento, as pessoas que se amam mas não se dão bem só conseguem amar-se bem quando não se dão bem. Mas como se esquecer ? Como deixar acabar aquela dor ? É preciso paciência. É preciso sofrer. É preciso aguentar. Há grandeza no sofrimento. Sofrer é respeitar o tamanho que teve um amor. No meio do remoinho de erros que nos revolve as entranhas de raiva, do ressentimento, do rancor- temos de encontrar a raiz daquela paixão, a razão original daquele amor. As pessoas morrem, magoam-se, separam-se, abandonam-se, fazem os maiores disparates com a maior das facilidades. Para esquece-las, é preciso choca-las primeiro. Esta é uma verdade tão antiga que espanta reparar em como temos ainda esperanças de contorná-la. Nos uivos das mulheres das praias da Nazaré não há "histerias" nem "ignorância" nem "fingimento". Há a verdade que nós, os modernos, os tranquilos, os cools, os cobardes, os armados em livres e independentes, os tanto-me-fazes, os anestesiados, temos medo de enfrentar. Para esquecer uma pessoa não há vias rápidas, não há suplentes, não há calmantes, ilhas nas Caraíbas, livros de poesia – só há lembranças, dor, lentidão, com uns breves intervalos pelo meio para retomar o fôlego. Esta dor tem de ser aguentada e bem sofrida com paciência e fortaleza. Ir a correr para debaixo das saias de quem for é uma reacção natural, mas não serve de nada e faz pouco de nós próprios. A magoa é um estado natural. Tem o seu tempo e o seu estilo. Tem até uma estranha beleza. Nós somos feitos para aguentar com ela. Podemos arranjar as maneiras que quisermos de odiar quem amamos, de nos vingar-mos delas, de nos pormos a milhas, de lhe pormos os cornos, de lhe compormos redondilhas, mas tudo isso não tem mal. Nem faz bem nenhum. Tudo isso conta como lembrança, tudo isso conta como uma saudade contrariada, enraivecida, embaraçada por ter sido apanhada na via publica, como um bicho preto e feio, um parasita de coração, uma peste inexterminável barata esperneante: uma saudade de pernas para o ar. O que é preciso é igualar a intensidade do amor a quem se ama e a quem se perdeu. Para esquecer, é preciso dar algo em troca. Os grandes esquecimentos saem sempre caros. É preciso dar tempo, dar dor, dar com a cabeça na parede, dar sangue, dar um pedacinho de carne (eu quero do lombo, mesmo por cima da tua anca de menina, se faz favor). E mesmo assim, mesmo magoando, mesmo sofrendo, mesmo conseguindo guardar na lama o que os braços já não conseguem agarrar, mesmo esperando, mesmo aguentando como um homem, mesmo passando os dias vestida de preto aos soluços, dobrada sobre a a areia da Nazaré, mesmo com muita paciência e muita má vontade, mesmo assim é possível que não se consiga esquecer nem um bocadinho. Quanto mais fácil amar e lembrar alguém – uma mãe, um filho, um grande amor – mais fácil deixar de ama-lo e esquece-lo. Raio de sorte, ó lindeza, miséria suprema do amor. Pode esquecer-se quem nos vem á lembrança, aqueles, aqueles de que nos lembramos de vez em quando, com dor ou alegria, tanto faz, com tempo e com paciência, aqueles que amamos sinceramente, que partiram, que nos deixaram, vazios de mãos e cheios de saudade, esses doem-se e depois esquecem-se mais ou menos bem. E quando alguém está sempre presente ? Quando é tarde. Quando já não se aguenta mais. Quando já é tarde para voltar a trás, percebe-se que há esquecimentos tão caros que nunca se podem pagar. Como se pode esquecer o que só de consegue lembrar ? Aí, está o sofrimento maior de todos. O luto verdadeiro. Aí está a maior das felicidades. Miguel Esteves Cardoso – Publicado no Semanário Independente a 26/10/1990 (reeditado no livro "Último Volume")

quarta-feira, abril 15

passagem das horas

exitem pessoas que passam a vida á procura, e a queixar-se! umas vezes fazem por isso, outras vezes não fazem nada! derrepente acordam, e resolvem fazer o que ja deviam ter feito á imenso tempo. não por este ou esta a paixão do momento, não por impulso mas porque a vida é contínua temos de saber o que realmente querermos. e dizemos muitas vezes que não sabemos, mas no fundo sabemos, sempre soubemos principalmente o que não queremos. depois á sempre as buscas impossiveis, isto é arrranjar coisas que pras manter exigem tanto de nós, que se pararmos e pensarmos um bocado vemos que não vai ser sempre assim. conheço casos que foi uma luta e conseguiram, mas tambem sei o feitio dessas pessoas são aplicadas e obestinadas com o seu percurso, essas normalmente sao as que procuram axam e trazem, outras iludem-se preferem viver na brisa, não é mau, é tipo onda juncky sentir o momento estas a ver....vamos ver no que dá Seja como for, a vida de tão interessante que é a todos os momentos, a vida chega a doer, a enjoar, a cortar, a roçar, a ranger, a dar vontade de dar pulos, de ficar no chão, de sair para fora de todas as casas, de todas as lógicas, de todas as sacadas e ir ser selvagem... Entre árvores e esquecimentos."

segunda-feira, abril 13

A vida e o seu constante desassossego. Os acontecimentos, as emoções... Decorrem sem controlo, quero apanhar um aqui e outro ali, transformar em palavras os acontecimentos, sensações e emoções. As boas e as más. Para as tornar mais concretas? Não, para as registar? Não... Para as apanhar só porque sim? Quero escrever emoções e não sei. Quero escrever desespero. Quero escrever alegria. Inconstâncias. Escrever borboletas. Flores. Descrever. Não sei escrever o que sinto agora. Sorte a dos poetas, que usam a palavra para descrever o que é impossível. E conseguem. Então, não é impossível. E lembro-me de um dos diálogos que nunca esquecerei no filme "O tigre e a Neve". Quero rever o filme, só para anotar esse diálogo, sobre o que é um poeta. As vidas atribuladas, os dias diferentes. A bipolaridade que existe em todos nós. E nos torna tão fascinantes. Sensações que as queremos agarrar, com toda a força para não escaparem. Acontecimentos bons e maus, que marcam. E as horas passam. Os dias correm. É como areia que desliza entre os dedos, e deixo passar...sem saber se hei-de fechar a mão.

rui the cook

domingo, abril 12

Os dias ... outra vez

Foram dias de paz. Foram dias de acordar tarde, de dormir no sofá em frente à lareira. De conversas sem fim até madrugadas sem fim. Foram dias de passeios na terra húmida e cheia de riachos. Dias de lama. De apanhar limões da árvore e hortelá do mato... Foram dias de longas horas de leitura. De leitura de livro e do vazio. De jornais e revistas. Dias de brincadeira, jogos e gargalhadas. Foram 4 dias que pareceram 8. Porque tive muito comigo.

segunda-feira, abril 6

NY CHOC

sábado, abril 4

hà dias

há dias............. em que estou farto de gente deprimida há dias............. em que eu próprio me sinto deprimido há dias............. em que temos de deixar de ser egoistas há dias............. em que temos de deixar as pessoas irem há dias............. em que percebemos que não podemos trazer tudo connosco há dias............. em que não queremos deixar nada, nem perder nada há dias............. em que só nos queremos a nós há dias............. em que pensamos que não vai haver mais dias

sexta-feira, abril 3

Hoje não quero sair do meu mundinho. Da minha bolha. Não quero que ninguém lhe toque.

minha nova droga

quarta-feira, abril 1

Um post a atirar pró piroso ... mas a acabar em tom de reclamação

Eu sou uma pessoa de sorte. Mas eu não acho que devamos contar só com a sorte na vida... há aspectos em que sim, outros somos nós que fazemos acontecer. Então, eu tenho a grande felicidade de estar rodeada de tantas coisas boas. E apetece-me divagar sobre isso. Eu tenho os melhores pais do mundo! Porque são mesmo... Juntaram-se duas pessoas fantásticas, que se encaixam tão bem, que se completam. E são meus pais, e fazem tudo por mim. Eu tenho a melhor família do mundo! (todas as famílias têm uma ovelha negra). O amor que paira no ar, é absurdamente grande. Primos e afilhados e laços assim. São fantástico. Quase parece que somos todos gémeos, que nos sentimos à distância. Faz-se muito uns pelos outros. Eu faço imenso por eles, por puro amor. Mais nada. O fazer mais ou menos que os outros, ou ser ou não reconhecida, não importa. Todos temos crises dessas, mas se pensar racionalmente, faço tudo, porque sim. E farei. E adoro. E adoro-os. E amo-os. É um amor-perfeito.(adoro ser pirosa e lamechas-o meu lado esquerdo, como diz a música dos Clã) Eu tenho os melhores amigos do mundo (separo na minha cabeça amigos de conhecidos). São os melhores. Entraram no meu mundo. Essa meia dúzia...não consigo pensar em não os ter! São tudo e MAIS ainda do que se pode esperar da amizade. A amizade é dos amores-perfeitos. E eu sinto esse amor. Isto dos amores-perfeitos ... podia escrever umas dezenas de páginas, o porquê desta forma de exprimir ... mas basta pensar na flor. Tenho o mais importante. Mas tenho outras coisas boas. Materiais. Adoro a minha casa. Deixa-me contente. (e hoje está arrumadíssima e limpíssima) É linda, é boa, tem tudo que preciso. É o lugar onde me sabe bem chegar. Posso não ter candeeiros no tecto, porque só gosto dos mais caros. Mas não preciso. Não sou insatisfeita. Era isto que eu queria. (Um palácio sobre o mar, com piscina e criados seria demais, mas ninguém diria que não - o exagero) De resto tenho um carrinho, faço compras, tenho trabalho (tudo moderado) heheheheh Mas não estou acomodada com estas coisas. Os amores mais que perfeitos não são para mudar. São tudo que eu sei que quero e se vai manter na minha vida. O carro podia ser um Audi Q7, as compras podiam ser em Nova York, em cada nova estação, o corte do cabelo podia ser uma vez por ano em Paris. As férias da Páscoa podiam ser em Saint Tropez. As verão onde eu quisesse. As compras de Natal feitas em Londres. Mas não, é tudo mais equilibrado, comedido, mas satisfatório. Adoro o que tenho. E digo-o, plenamente sentido. Óbvio que falta algo. Mas, apesar de ser tudo tão bom será que : posso-me queixar na mesma????!!!? Ou será que não posso ter ataques, neuras, revoltas...e até... vontade de me queixar, de vez em quando...