quinta-feira, março 26

Os dias

Eu tenho sono e não quero ir dormir. Eu tenho sono mas acho que a noite rende mais. O silêncio lá de fora ajuda. O mundo lá fora parece parado. Enquanto está parado lá fora, quero que o meu avance. E parece que aproveito melhor o tempo. Eu gosto de fazer os relatórios à noite. Ouvir música baixinho, que parece alto porque há silêncio à volta. Então, tal como as crianças, luto para ficar mais um bocadinho acordada, mesmo que não tenha trabalho nenhum. Eu faço muitas coisas (quando jogamos cartas juntos, não faço mais nada e é tão bom porque parece que estou contigo) . Máscara facial, arrumar roupa, limar as unhas e pintar. Ler. E assim apago a luz sempre por volta das 2 da manhã. No silêncio ouve-se muitos barulhos. O pior é o dia seguinte, as manhãs e a luta com o despertador, que toca 10 vezes. Cansada. Com sono. Mas a partir da uma da tarde, é sempre a arrebitar. De manhã esqueço-me de tudo, do que tenho que levar, do que tenho marcado para esse dia. Eu sou menina do papá. E adoro. Eu sou um bocado criança, e acho bom! Eu adoro divagar sobre tudo. Hoje a manhã foi muito dura. Se tivesse acontecido de tarde, acredito que o impacto era mais suave. Eu sou uma menina do papá que tem que ser adulta e quer enfrentar tudo sozinha. Mas há dias que custa. Se fosse de tarde, eu conseguia sozinha. Daqui a duas semanas haverá outra manhã igual, e eu não quero. As manhãs são duras. Queria que só houvesse tardes e noites... E quero ser sempre uma criança...

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